9 de ago. de 2013

Definição de Radio Frequência

Como funciona?
A Radio Frequência (Diatermia Capacitiva) 1,2 é uma forma de radiação eletromagnética, sendo um tipo de energia que, de acordo com sua capacidade de interagir com a matéria, podem se subdividir em dois tipos:

- Ionizantes que possuem energia suficiente para ionizar átomos e moléculas com as quais interagem, como exemplo temos Raio-X, Raios Gama, Raios Alfa, Raios Beta; e,

- Não ionizantes que não possuem energia suficiente para realizar a ionização de átomos e moléculas, onde se inclui a Radio Frequência, luz visível, luz ultravioleta, luz infravermelha, micro-ondas de aquecimento e telecomunicações e correntes elétricas
As radiações não ionizantes têm uma origem comum: a movimentação de cargas elétricas, variando em sua frequência, comprimento de onda e quantidade de energia, sendo assim responsáveis por diferentes efeitos físicos e biológicos As frequências utilizadas nos equipamentos são muito diferentes de empresa para empresa, porém as mais utilizadas são 500khz, 800khz e 1.050kHz 2,3




Quais tipos de aplicadores?
Podem ser:

Monopolar com eletrodo indiferente, pouco utilizada na atualidade;
Bipolar – podendo ser facial e corporal, ambos os polos estão contidos no aplicador;
Tripolar – preferencialmente facial, permitindo deslizamento na superfície óssea próxima a região que apresente flacidez ou envelhecimento cutâneo;
Tetrapolar – idem ao tripolar, mas tem sido muito utilizado na região de braços e torácica posterior; e,
Multipolar – devido a seu tamanho e numero de pontos de passagem da radiação não ionizante, sua aplicação é mais especifica para tratamentos em alterações corporais.
Já os chamados eletrodos fracionados, se destinam a condensar em pequenos pontos toda a energia produzida pelo equipamento, levando assim a uma ação ou estimuladora tecidual ou até a pequenas lesões superficiais compatíveis com efeitos promovidos por peeling químico ou por laser (tratamento para envelhecimento cutâneo e estrias)

Quais aplicações medico-estéticas mais frequentes e com bons resultados?

Flacidez – seja de localização corporal ou facial, a Radio Frequência capacitiva produz calor profundo que levará a uma modificação estrutural do colágeno,2,4,7 auxiliando ao tecido recuperar sua sustentação, tratando assim a flacidez do tecido, tenha sido ela motivada por regimes, envelhecimento cutâneo ou até estrias em grande quantidade2,4,5

Rugas – as mais frequentemente tratadas são as faciais, de pescoço e colo, podendo ser tratadas em outras regiões, porém as primeiramente citadas têm uma ótima resposta na aplicação da radio frequência capacitiva2,4,6,7-8;

Marcas acne – em geralmente, para termos um efeito mais especifico neste tipo de afecção cutânea, utiliza-se o transdutor fracionado2,8;

Estrias – causadas por uma perda da sustentação tecidual de colágeno, com consequente estiramento cutâneo, a radio frequência promove um auxílio muito expressivo na remissão deste tipo de alteração, seja ela pós-gestacional, de crescimento ou pós dietas restritivas3,6,9,10; e,

Gordura localizada e celulite – a radio frequência, como todo equipamento de termo terapia profunda, causa uma excitação celular grande, levando a uma gasto calórico acentuado, ao tempo que estaremos promovendo uma melhora expressiva da gordura localizada ou celulite na parte circulatória promovendo uma vasodilatação importante, porem quando há uma fibrose muito acentuada, recomenda-se inicialmente uma pré aquecimento rápido com a radio frequência e a aplicação subsequente da cavitação ultrassônica2,4,10

Qual a temperatura ideal?

O colágeno é uma proteína que inicia seu processo de desnaturação a partir de 45 graus Celsius e nosso intuito nesta modalidade de tratamento é causar uma retração no mesmo,2,4 fazendo com que haja uma nova estruturação tecidual, que diminuirá a flacidez tecidual, principalmente.
Na aplicação dos transdutores, temos que tomar algumas precauções iniciais como verificar a integridade da pele no local a ser tratado (se houverem lesões não devemos aplicar), com o aplicador sempre em movimento em uma das mãos e na outra o termômetro digital para aferir qual o aumento de calor na região aplicada. Em média, na medição da temperatura superficial, atingimos 36 a 38 graus Celsius,2,4 o que corresponderá internamente na região tratada, uma temperatura 3 a 4 graus Celsius acima da temperatura superficial.
Porém, jamais devemos nos esquecer, que o parâmetro absoluto é a tolerância do paciente e toda e qualquer referência dolorosa deverá ser seguida por diminuição da intensidade aplicada ou até a cessação da aplicação.

Qual o tempo de cada sessão de aplicação e a sessão pode ser semanal?

Não há restrição quanto à aplicação ser semanal ou quinzenal, apenas dependerá da tolerância e sensibilidade do paciente e, em geral, os tempos se subdividem em:
         - face: 6 a 10 minutos em cada lado, podendo ser expandido ou diminuído em relação ao quadro clínico do paciente;
         - pescoço e colo: as duas áreas consumirão, em média, um tempo próximo ao da aplicação facial; e,
         - aplicações em região corporal (abdome, coxa, glúteo, braços) consumirão um tempo de até 45 minutos, podendo ser estendido até uma hora.

Quais as contra indicações?

Os efeitos colaterais mais frequentes são eritemas (em geral, transitórios), edema, crostas, hipersensibilidade, porem os autores consultados colocam que essas alterações têm uma duração de, no máximo, 72 horas.2,4,6

Não pode ser usado em qualquer período de gestação, na amamentação deve-se evitar a região da mama, podendo ser usado em outras áreas.

As demais contra indicações gerais para eletroterapia prevalecem para este tipo de tratamento (não usar em áreas com implantes metálicos, áreas de disco de crescimento ósseo, por sobre os olhos, por sobre ouvidos, etc.).

Dr. João Carlos e Silva
Formação: Biomédico, Médico, Nutrólogo, especialização em Dermatologia

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