Como funciona?
A Radio Frequência
(Diatermia Capacitiva) 1,2 é uma forma de radiação eletromagnética,
sendo um tipo de energia que, de acordo com sua
capacidade de interagir com a matéria, podem se subdividir em dois tipos:
- Ionizantes que possuem
energia suficiente para ionizar átomos e moléculas com as quais interagem, como
exemplo temos Raio-X, Raios Gama, Raios Alfa, Raios Beta; e,
- Não ionizantes que não
possuem energia suficiente para realizar a ionização de átomos e moléculas,
onde se inclui a Radio Frequência, luz visível, luz ultravioleta, luz
infravermelha, micro-ondas de aquecimento e telecomunicações e correntes
elétricas
As radiações não ionizantes
têm uma origem comum: a movimentação de cargas elétricas, variando em sua
frequência, comprimento de onda e quantidade de energia, sendo assim
responsáveis por diferentes efeitos físicos e biológicos As frequências
utilizadas nos equipamentos são muito diferentes de empresa para empresa, porém
as mais utilizadas são 500khz, 800khz e 1.050kHz 2,3
Quais tipos de aplicadores?
Podem ser:
Monopolar com eletrodo
indiferente, pouco utilizada na atualidade;
Bipolar – podendo ser facial
e corporal, ambos os polos estão contidos no aplicador;
Tripolar – preferencialmente
facial, permitindo deslizamento na superfície óssea próxima a região que
apresente flacidez ou envelhecimento cutâneo;
Tetrapolar – idem ao
tripolar, mas tem sido muito utilizado na região de braços e torácica
posterior; e,
Multipolar – devido a seu
tamanho e numero de pontos de passagem da radiação não ionizante, sua aplicação
é mais especifica para tratamentos em alterações corporais.
Já os chamados eletrodos
fracionados, se destinam a condensar em pequenos pontos toda a energia
produzida pelo equipamento, levando assim a uma ação ou estimuladora tecidual
ou até a pequenas lesões superficiais compatíveis com efeitos promovidos por peeling químico ou por laser (tratamento para envelhecimento
cutâneo e estrias)
Quais aplicações medico-estéticas
mais frequentes e com bons resultados?
Flacidez – seja de
localização corporal ou facial, a Radio Frequência capacitiva produz calor
profundo que levará a uma modificação estrutural do colágeno,2,4,7
auxiliando ao tecido recuperar sua sustentação, tratando assim a flacidez do
tecido, tenha sido ela motivada por regimes, envelhecimento cutâneo ou até
estrias em grande quantidade2,4,5
Rugas – as mais
frequentemente tratadas são as faciais, de pescoço e colo, podendo ser tratadas
em outras regiões, porém as primeiramente citadas têm uma ótima resposta na
aplicação da radio frequência capacitiva2,4,6,7-8;
Marcas acne – em geralmente,
para termos um efeito mais especifico neste tipo de afecção cutânea, utiliza-se
o transdutor fracionado2,8;
Estrias – causadas por uma
perda da sustentação tecidual de colágeno, com consequente estiramento cutâneo,
a radio frequência promove um auxílio muito expressivo na remissão deste tipo
de alteração, seja ela pós-gestacional, de crescimento ou pós dietas restritivas3,6,9,10;
e,
Gordura localizada e celulite
– a radio frequência, como todo equipamento de termo terapia profunda, causa uma
excitação celular grande, levando a uma gasto calórico acentuado, ao tempo que
estaremos promovendo uma melhora expressiva da gordura localizada ou celulite
na parte circulatória promovendo uma vasodilatação importante, porem quando há
uma fibrose muito acentuada, recomenda-se inicialmente uma pré aquecimento
rápido com a radio frequência e a aplicação subsequente da cavitação ultrassônica2,4,10
Qual a temperatura ideal?
O colágeno é uma proteína
que inicia seu processo de desnaturação a partir de 45 graus Celsius e nosso
intuito nesta modalidade de tratamento é causar uma retração no mesmo,2,4
fazendo com que haja uma nova estruturação tecidual, que diminuirá a flacidez
tecidual, principalmente.
Na aplicação dos
transdutores, temos que tomar algumas precauções iniciais como verificar a
integridade da pele no local a ser tratado (se houverem lesões não devemos
aplicar), com o aplicador sempre em movimento em uma das mãos e na outra o
termômetro digital para aferir qual o aumento de calor na região aplicada. Em
média, na medição da temperatura superficial, atingimos 36 a 38 graus Celsius,2,4
o que corresponderá internamente na região tratada, uma temperatura 3 a 4 graus
Celsius acima da temperatura superficial.
Porém, jamais devemos nos
esquecer, que o parâmetro absoluto é a tolerância do paciente e toda e qualquer
referência dolorosa deverá ser seguida por diminuição da intensidade aplicada
ou até a cessação da aplicação.
Qual o tempo de cada sessão
de aplicação e a sessão pode ser semanal?
Não há restrição quanto à
aplicação ser semanal ou quinzenal, apenas dependerá da tolerância e
sensibilidade do paciente e, em geral, os tempos se subdividem em:
- face: 6 a 10 minutos em cada lado, podendo ser expandido
ou diminuído em relação ao quadro clínico do paciente;
- pescoço e colo: as duas áreas consumirão, em média, um
tempo próximo ao da aplicação facial; e,
- aplicações em região corporal (abdome, coxa, glúteo,
braços) consumirão um tempo de até 45 minutos, podendo ser estendido até uma
hora.
Quais as contra indicações?
Os efeitos colaterais mais
frequentes são eritemas (em geral, transitórios), edema, crostas,
hipersensibilidade, porem os autores consultados colocam que essas alterações
têm uma duração de, no máximo, 72 horas.2,4,6
Não pode ser usado em
qualquer período de gestação, na amamentação deve-se evitar a região da mama,
podendo ser usado em outras áreas.
As demais contra indicações
gerais para eletroterapia prevalecem para este tipo de tratamento (não usar em
áreas com implantes metálicos, áreas de disco de crescimento ósseo, por sobre
os olhos, por sobre ouvidos, etc.).
Dr. João Carlos e Silva
Formação: Biomédico, Médico, Nutrólogo, especialização em Dermatologia
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